Gilvânia Medeiros Vasconcelos
(Psicóloga – CRP 17ª/2003)
O setembro amarelo é um mês que promove a campanha de prevenção ao suicídio. O tema “Suicídio” é de extrema importância devido seu impacto social, seja em termos numéricos, seja em relação a familiares, amigos ou conhecidos das pessoas que fazem uma tentativa ou ameaçam tirar sua própria vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra, em várias publicações, que o suicídio tem aumentado nas últimas décadas. Nos últimos quarenta anos, o suicídio cresceu significativamente em todos os países, envolvendo todas as faixas etárias e, também, vários contextos econômicos.
A cor amarela é usada para representar o mês da prevenção do suicídio por causa de Dale Emme e Darlene Emme. O casal foi o início do programa de prevenção de suicídio “fita amarela”, ou “Yellow Ribbon” em inglês.
Em 1994, Mike Emme, filho do casal, com apenas 17 anos de idade, se matou. Mike era conhecido por sua personalidade caridosa e por sua habilidade mecânica. Restaurou um Mustang 68 e o pintou de amarelo. Mike amava aquele carro e por causa dele começou a ser conhecido como “Mustang Mike”. Em muitos dos casos de suicídio, acontece que as pessoas próximas infelizmente não percebem os sinais, apesar de muitos demonstrarem vários pedidos de socorro. O que aconteceu com Mike foi, que esses sinais não foram percebidos, e o fim da vida do garoto aconteceu.
No dia de seu funeral, foram distribuídos cartões com fitas amarelas feitos por seus amigos, que continha a seguinte frase, “Se você precisar, peça ajuda”. Os cartões se espalharam pelos Estados Unidos. Em poucas semanas começaram a aparecer ligações. 90% dos casos de suicídios poderiam ser evitados se essas pessoas buscassem ajuda psicológica, assim como os cartões que foram entregues no funeral de Mike, é preciso falar sobre essa dor, pedir ajuda, se dar a oportunidade de conhecer as nossas fragilidades para assim poder encontrar as possíveis soluções.
Sabemos que não é fácil sobreviver em uma sociedade cheia de padrões, clichês e fetiches, onde é colocado a todo momento que precisamos ser felizes o tempo inteiro, seguindo padrões desregrados, onde não é permitido falar do que não está bem. Precisamos falar de tudo, principalmente do que não estar bem, entrar em contato com nossas emoções, expressar nossos sentimento e frustações. Entendo que não seja fácil, lhe dar com frustações e medos, mas é necessário para que possamos crescer e cuidar da nossa saúde psíquica.
Muitos relatam que perderam o “sentido da vida”, entendo não ser fácil viver assim, mas, esse encontro precisa ser feito dentro de nós mesmos, fazer as pazes com nossos defeitos, procurar ajuda de um bom profissional, para assim nos encontrar em nós mesmos.