
Imagem: Ateliê 15
Pe. Manoel Pedro Neto – Tesoureiro da Cáritas de Caicó
Nossas esperanças começam perder o brilho, estão se obscurecendo e nós, com medo de tudo, fechamo-nos em nossas decepções. O que fazer? Nesse momento Jesus invade nosso recinto e pondo-se no meio deseja-nos a PAZ. Paz que buscamos com avidez e não sabemos onde encontrar. Paz é trabalho, é respeito, é vida digna, é cidadania e tudo aquilo que nos faz irmãos, cristãos. É a vivência do nosso Batismo e sua concretude na vida sacramental. Nada disto cai do céu, nem brota do chão por geração espontânea. Jesus Cristo, aquele que “esteve morto, mas agora estou vivo para sempre” invadindo nossos fechamentos afirma que a PAZ é obra de nossas mãos e de abertura do coração. Mãos que lutam e coração que se deixa comover é a única possibilidade de fazer a Paz. Somos agentes de Paz, e não é sábio esperar de outrem e se dispensar da luta. Num crescente a Paz é possível quando aprendemos a lidar com o irmão, este é sempre desafio a exigir de todos nós despojamento, relacionamento que tem direito. Neste processo o Espírito vai criando-nos para o perdão: três vezes, sete, setenta vezes sete. Não! Perdoamos na medida em que nos descobrimos homens e mulheres perdoados por primeiro.
Imbuídos destes princípios, nascido do encontro pessoal com Cristo, quando entra em nosso meio sem ser convidado, nem esperado, mas deseja responder aos nossos desejos de não ir na “onda do fácil”. “Vimos o Senhor!” Ótimo! Contudo é preciso de algo a mais. É preciso colocar as mãos e os dedos nas chagas purulentas da humanidade, que a partir de Cristo é assumido pelo Pai do céu. Urge a Igreja tomar consciência de nossas inúmeras incoerências pessoais, sociais, eclesiais vividos por todos nós que desfiguram o Rosto de Jesus em muitos rostos latinos americanos. É o convite de Jesus Ressuscitado a todos os “tomes” da vida eclesial. Neste processo importa muita fidelidade ao bem, ao belo e ao verdadeiro, mas do que aos apegos desordenados de princípios religiosos. É bem aventurado os que crêem sem as seguranças advindas das dimensões canônicas ou religiosas.
Bem aventurado, eu, você, todos nós quando vivemos a fidelidade. Cremos sem nenhuma segurança a não ser o próprio Senhor que nos convida. Está é a voz forte, como trombeta, que deve ecoar em nossos ouvidos. Assim tornamos Jesus Cristo credível, nele temos vida, as multidões se aproximarão de nossas comunidades eclesiais, suplicaremos ao nosso Deus que nos faça compreender o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu vida nova e o sangue que nos redimiu, nesta vibração cantaremos: “Daí graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é a sua misericórdia. Em síntese seremos envolvidos no mistério do Homem novo, levantados e nossos marasmos, fechamentos. Testemunharemos o Homem novo brotado de nossos túmulos purulentos e presente em nossas periferias.