
Imagem: Ateliê 15
Pe. Manoel Pedro Neto – Tesoureiro da Cáritas de Caicó
A Igreja Católica, liturgicamente, foi introduzindo os fieis no processo de resgatar o homem dos seus “nadas” elevando-os até os céus, pois todo homem, na sua dimensão masculina e feminina, letrado ou não, é chamado a “ser santo”, chegar a Deus, plenitude humana. O próprio Senhor nos qualificou para isto e do alto de sua cruz nos despejou o seu Espírito. Neste Espírito nos levantamos de todos os túmulos por mais degradantes e “fedorentos” que sejam. Todos serão ultrapassados. Falar desta experiência é de muita urgência, contudo falar é pouco. Precisamos testemunhar. Na Igreja somos testemunhas deste agir, isto é vivência eclesial e tem um nome todo especial: O QUERIGMA.
Hoje, a festa da ASCENÇÃO DO SENHOR nos chama a entrar nesta dinâmica e conscientizarmo-nos de que nossa medida é o céu e só chega lá quem tem a ousadia de descer até as exclusões humanas (cf. Ef 4,9s). Nossa elevação não tem limites, pois o ser humano foi qualificado pelo Criador à “dar nome” a realidade envolvente. Esta marca é extensiva a todos os homens e tem em Jesus cunho universal, Nele todos os espaços e todos os tempos serão preenchidos, “bem acima de toda a autoridade, poder, potencia, soberania ou qualquer título que se possa nomear não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro” (Ef 1,21).
Este mistério tem caracterizado o homem e a mulher no seu desenrolar histórico e cultural. Nada põe o ser humano em “quadrados”, somos maiores que todos eles. Isto nos é próprio, contudo não podemos ficar parados e olhando para o céu, urge concretizar estas possibilidades próprias na realidade social em que nos encontramos, não fujamos de nossas “jerusaléns”, é aqui que as coisas acontecem, assim, mãos a obras! Nossa segurança é o empenho sincero adejado pelo Espírito Santo que nos abre espaços para a verdade e estimula a vivencia do amor.
O Papa Francisco na Exortação Apostólica pós-sinodal: CHRISTUS VIVIT no número 214 diz: “Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio”. Jesus é desfigurado, machucado, jogado num “buraco” para apodrecer, tanto que lacraram com uma pedra. Deste lugar não sairá nem “catinga”, Entretanto, a partir daqui mesmo, é convidado a elevar-se e chagar os céus. Ser elevado aos céus é o empenho de todo homem de fé. Neste processo somos qualificados pelo próprio Senhor Jesus e na Igreja somos testemunhas. Novamente é bom retomar, a citada Exortação no mesmo número que afirma: “jamais deve substituir-se esta alegre experiência de encontro com o Senhor por uma espécie de “doutrinação”. O Senhor não só ressuscitou, mas elevou-se, do seu nada, aos céus.