Pe. Manoel Pedro Neto – Tesoureiro da Cáritas de Caicó
At 15,1-2.22-29; Sl 66; Ap 21, 10-14.22-23; Jo 14,23-29
Nosso mundo é marcado pela pluralidade. Pensar diferente levou o Filho Amado à cruz, tivemos a crise entre os discípulos de Jesus e a consequente retirada de Judas do Cenáculo. Nisto envolvido, Jesus não se abateu, mas foram momentos para glorificação dele e nele, do próprio Pai. Neste período pascoal, nós cristãos católicos fomo-nos abeirando deste Mistério. É preciso aprender a lidar com os diferentes e só a vivencia da amorosidade nos impulsionará, temos de aprender a criar laços. À saída de Judas, o Senhor Jesus não entrou “em parafuso”, mas reconheceu ser a hora de mostrar para que se fez homem. Nesta comunhão a tudo que é humano, inclusive nas vulnerabilidades, seremos erguidos até os céus.
Entrar nesta dinâmica é a única chance de sermos lugar e morada de Deus. Nosso Deus faz morada entre nós, concretiza-se em nosso cotidiano. Neste processo o próprio Deus vai abrindo espaços e pouco a pouco vamos bebendo desta realidade, que segundo o Papa Francisco nos qualifica como santos e santas. Assim seremos agentes de paz e criaremos uma nação solidaria. Envolvidos neste mistério não cabe perturbação nem intimidação, pois todas serão ultrapassadas, não por nosso esforço pessoal, nem por princípios ideológicos, mas na abertura ao Espírito Santo que sendo escutado nos indicará o essencial.
Assim, paulatinamente subiremos à montanha e compreenderemos que de nossos pequenos relacionamentos, marcados pelo bem do outro, fará acontecer a Jerusalém que buscamos. Esta Jerusalém já é real em nossas lutas cotidianas marcada pelo mandamento do “amai-vos uns aos outros”. Aqui, a glória de Deus é a sua luz e a sua lâmpada é o Cordeiro. Nesta Jerusalém cantamos em bom som: “Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem!” e assim nossa vida corresponde aos mistérios que celebramos.