
Imagem: Ateliê 15
Pe. Manoel Pedro Neto
Tesoureiro da Cáritas de Caicó
No segundo Domingo da Quaresma o Pai nos convidou a descer da nossas montanhas e vislumbrar a realidade cheia de positividade, ao mesmo tempo, o Filho Escolhido convidava-nos a subir a montanha para tomar consciência que as possibilidades de ser não são dados, mas luta de cada um de nós. É preciso rezar, confrontar-se com as Escrituras, não andamos aleatoriamente, Moisés e Elias são testemunhas. Neste descer e subir as coisas podem ficar claras e brilhantes. Esta é a possibilidade que devemos escutar e assumir.
No dia 24.março.2019, Terceiro Domingo da Quaresma chegam aos ouvidos de Jesus noticias trágicas da realidade de seu tempo, como as muitas que os meios de comunicação propagam entre nós, parecendo ter um único objetivo: amedrontarmo-nos. Vamos nos sucumbir? Não! A realidade que se apresentam a todos nós, requer CONVERSÃO. Precisamos agir diferente, de modo novo e comprometedor, em especial, quando tais noticias parecem “fogo de monturo”, sarça em chamas, mas sem se consumir. As mesmas situações sempre repetidas muito requinte de perversidade. É hora de tirar “as sandálias do pés”, pisar no chão da realidade com muita firmeza. O lugar é sagrado e exige maior empenho e leitura mais a fundo. Não podemos ficar em superficialidade, mas empenho sempre novo e comprometedor. Rolam por todos os lados pecados que bradam os céus, e nós fazendo “ouvidos de mercadores”. Quais são os pecados que bradam aos céus? Vamos buscar no Catecismo da Igreja: ‘A tradição catequética lembra também que existem “pecados que bradam ao céu”. Bradam ao céu: o sangue de Abel, o pecado dos sodomitas, o clamor do povo oprimido no Egito, a queixa dos estrangeiro, da viúva e do órfão, a injustiça para com o assalariado’ (cf. CIC 1867). O “EU SOU AQUELE QUE SOU” quer entrar em nossas lutas por dignidade humana, deseja empenhar-nos na luta por um Mundo mais humano e humanizante e não ficar “engasgado” e sem reposta diante de notícias estarrecedoras. É hora de pensar novo e com criatividade sem lugares para murmurações que nos deixam indiferentes.
A Igreja Católica no Brasil, aproveitando o tempo quaresmal, já que queremos fazer acontecer o Homem Novo, convida-nos a entrar na dinâmica da Campanha da Fraternidade que nos estimula a vivencia das Políticas Públicas e aqui vale reafirmar nosso empenho por dizer não aos pecados que bradam os céus. Neste processo, contudo, não cabe a violência, mas o respeito aquele que tem o domínio sobre a vida, e, exige de nós a participação de “cavar em volta dela e colocar adubo” e quem julga estar de pé tome cuidado para não cair. Neste avalanche que vivemos todos estão em risco. Então a proposta é de CONVERSÃO.