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REFLEXÃO DOMINICAL: NÃO PRATIQUEIS VOSSA JUSTIÇA PARA SERDES NOTADOS

Imagem: Ateliê 15

 

Pe. Manoel Pedro Neto

Tesoureiro da Cáritas Diocesana de Caicó

 

Lazer é um Direito e Carnaval fala-nos disso. Vamos para a folia, em especial, num Brasil que nega cidadania a muitos, de modo muito forte aos trabalhadores e a juventude. Contudo, é bom não esquecer, carnaval termina sempre em “cinzas”. Pois todo luxo tem correspondência com lixo. E quanto lixo envolve nossas cidades carnavalescas! Esse momento é propicio para juntarmos “os cacos” e a Igreja Católica nos apresenta, como chance de ultrapassagem, os princípios fundamentais de toda religião: ORAÇÃO, JEJUM E ESMOLA. Nosso Deus é o envolvente e dele nos avizinhamos pele ORAÇÃO. Somos humanos e como tais só no convívio social seremos plenos, aqui não cabe a concentração de bens, urge a partilha, a solidariedade, temos de aprender a solidariedade e não deixarmos levar pela concentração de riquezas, violência que gera as múltiplas vividas em nossa brasilidade. Neste processo temos a REGRA DE OURO: “Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (CIC 1789). É hora do jejum, não estamos sós e aqui vale a convocação do profeta Isaias (cf. Is 58) e o rasgo paulino: “A mim tudo é permitido, mas nem tudo me convém” (I Cor 6,12). Urge aprender a jejuar ou por bem ou por mal, nunca esqueças: “o noivo pode ser tirado” (cf. Mt 9,15). Estamos afogados em cinzas, lixo, desrespeito aos ditames democráticos, feminicídio, etc., entretanto somos maiores que nossas cinzas. Nesta perspectiva a Igreja Católica convida-nos a fazer de modo concreto Políticas Públicas, ditames ganho em lutas populares, que além de serem democráticas, corresponde às OBRAS DE MISERICÓRDIA, nascidas da fé.

Tendo isto como “pano de fundo” entremos na dinâmica quaresmal, esta nos leva ao homem novo que o Pai nos apresentou em seu Filho Jesus Cristo. Num primeiro momento olhemos nossa História latino-americana e de brasilidade. Apesar de múltiplas peripécias sociais, econômicas, políticas, religiosas, etc., contudo estamos aqui, contando a História e mangando de todos aqueles que nos exploraram. Nosso Deus “nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido”, norteador foi as Escrituras, testemunha do agir de nossa Deus e do compromisso de nossos pais. Ninguém tem a autoridade de desqualificar nossa filiação divina. Temos “fome” como os demais homens, contudo não é qualquer pãozinho que mata nossas fomes, pois sabemos que nem só de pão vive o ser humano, o homem é maior que todas as ideologias e só Deus basta. As riquezas geradas pelo empenho das descobertas humanas não são diabólicas, diabólica é a mania de concentração. Mentimos ao afirmar que as ciências, as técnicas atuais, o progresso é eivado de diabolicidade, mas temos certeza da inutilidade quando esses mesmos bens não chegam para todos ou são possibilidades de exclusão do outro. Na realidade humana só Deus é absoluto. Todos os homens são qualificados a ascender em qualquer escala, contudo não viveremos isso negando o outro, ou impondo-se ao mesmo. As situações de buscar respostas paliativas e imediatas, querer açambarcar todos os bens e subir na vida negando o semelhante, realidade sempre presente na História humana e sempre há momentos oportunos de concretizá-las, contudo a Escritura tem elementos que nos farão homens dignos daquele que nos assume como Filhos.

Iniciemos nosso período quaresmal e nestes quarenta dias vivendo os elementos que a Igreja nos propõe ascendamos ao homem novo que já se transfigura em nossa realidade, onde “Sião será libertada pelo DIREITO, seus cativos, pela JUSTIÇA” (Cf Is. 1,27).

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