Foto: Ateliê 15.
Pe. Manoel Pedro Neto
(Presidente da Cáritas Diocesana de Caicó)
Jesus e seus Discípulos caminham para Jerusalém. Dois discípulos, os chamados “filhos do trovão” (Mc 3,17) enfrentam o Mestre que o interrogam: “o que quereis que eu vos faça”. Querem estar à direita e esquerda de Jesus, ótimo! Todo homem é chamado a elevar-se, tal proposta só possível no relacionamento Homem e Deus. Contudo as corrupções, concentração de riquezas, as violências, as exclusões, etc. só serão banidas quando assumirmos a proposta de “ser menor”, a opção pelo ser serviço, única chance de fazer acontecer um mundo novo e correspondente aos nossos corações. Hoje, dia 28 de outubro, na caminhada chega-se a Jericó, última parada para Jerusalém. Aqui estamos nós: os bartimeus, cegos e mendigos, sentados a beira do caminho. Entre tantas propostas de salvar a Pátria e o Povo brasileiro, estamos como “cegos em tiroteio”. Nesta situação não esqueçamos as saídas de nosso Deus e apesar de não termos consciência da realidade apelemos para nosso Deus: “Filho de Davi, tem piedade de mim”. Apesar da repreensão de muitos, Jesus nos chama, a Igreja nos convida a firmeza da fé. Resgatemos nossas lutas por cidadania, por democracia, por solidariedade. Nossa Constituição cidadã, a idéia de Pátria é patrimônio de todos os brasileiros. Urge resgatar o nosso ser Filho de Davi, resgatar nossas lutas política do passado e as mais recentes. “Que eu veja!”. Só a fé nos curará e fará isto no mesmo instante que professada, assumida. Que vejamos com mais clareza a realidade envolvente. ”Salva, Senhor, o teu povo, o resto de Israel” Não sejamos cegos em tiroteio, temos objetivos e a história brasileira é cheia de fatos norteadores. Não podemos ser levado, acreditemos em nossas lutas por brasilidade. Retomemos a graça do nosso BATISMO que nos faz SACERDOTES e como tais qualificados a ter compaixão dos ignorantes e dos que andam no erro e nunca negá-los como bandidos ou criminosos, cujo único direito é a cadeia. Somos uma nação de irmãos e queremos ver os bens partilhados. Sacerdotes segundo a “ordem de Melquisedeque” e nunca sacerdotes marcados pelo moralismo gnóstico e pelagiano. Deste modo cantaremos: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultaremos de alegria” e como Homens e mulheres eclesiais rezarão: “aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para sermos dignos das promessas de Cristo, que aguardamos com avidez.