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NOTA DA CÁRITAS DE CAICÓ EM DEFESA DA DEMOCRACIA

ONDE CHEGOU A HUMANIDADE! ONDE ESTAMOS NÓS, BRASILEIROS!

 
Diante das multidões de refugiados e excluídos da África e de Países árabes, perguntamos: aonde chegou a humanidade? Diante da realidade brasileira estamos perplexos: o que aconteceu com o povo brasileiro? Nossos primeiros dias, nossas buscas de brasilidade tomam rumos esquisitos e “rosto triste” (cf. Lc 24,1ss) constatamos a situação e não sabemos para quem apelar. Estamos de volta, tudo deu em nada!
Nesta situação a Caritas Diocesana de Caicó quer se fazer companheira de estrada e apresentar uma nova leitura. A situação é real e desafiadora! Não podemos fugir, nem entregar os pontos, muito menos dedurar algo ou alguém. Tudo nasceu de nossas opções, nada caiu do céu! Por isso urge retornar a Fé e com a Igreja encarar “com simpatia o sistema da democracia” (CA 46), que se faz com voto. Afirmar: “uma autentica democracia só é possível num Estado de Direito e sobre a base de uma reta compreensão de pessoa humana” (CA 46). Segundo o Vaticano II “a pessoa humana é e deve ser o princípio, o sujeito e fim de todas as instituições sociais, porque, por sua natureza, necessita absolutamente da vida social” (GS 25). Por seu lado a Populorum Progressio constata: “o mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade ente os homens e entre os povos, do que na esterilização ou monopólio, que alguns fazem dos recursos universais” (Pp 66). Vem acrescentar o Documento da Congregação para a Doutrina da Fé/Dicastério para o serviço do Desenvolvimento Humano integral – Oeconomicae et pecuniariae quaestiones, no.  9, que afirma: “Neste sentido a nossa época revelou as limitações de visão individualista do homem, entendido prevalentemente como consumidor, cuja vantagem consistiria antes de tudo em uma otimização dos seus ganhos pecuniários. Todavia, a pessoa humana possui, peculiarmente, uma índole relacional e uma racionalidade em perene busca de um ganho e de um bem-estar que sejam integrais, não reduzíveis a uma lógica de consumo ou aos aspectos econômicos da vida” (CV 74). O ser humano é o nosso referencial como foi para o Senhor Jesus que o amou até a experiência de Cruz (cf. Fl 2,8). Não tem outra saída para o Discípulo. Estaremos sempre a favor da vida em todas suas dimensões, em especial a vida humana. Nesta problemática o aborte não se faz questão religiosa, mas antropológica, o nosso não ao aborto implica um não ao trabalhador sem direitos, ao jovem desempregado e sem escola a altura, aos salários indignos, etc., em síntese, a todo tipo de exclusão humana e desrespeito a “nossa casa comum” explorada à exaustão (LS 106).
Se estas propostas forem capazes de fazer “arder vossos corações” (cf, Lc 24,32), acolhamos as multidões de irmãos negados em suas buscas e voltemos para Jerusalém, onde se crucifica homens justos e comprometidos. Voltemos para a Galileia para refazer nossa História, organizando homens desfigurados no meio dos quais borbulham os valores do Reino. Eis a proposta evangélica. A nossa certeza é as multidões de trabalhadores, homens e mulheres vivendo a partilha, vivendo a realidade das OBRAS DE MISERICÓRDIA. HOMENS E MULHERES NÃO SÓ DE PRESENÇA EM MISSAS, MAS EUCARISTICOS.
Por tudo isso, a Cáritas Diocesana de Caicó se coloca ao lado dos empobrecidos e empobrecidas, dos oprimidos e oprimidas, dos marginalizados e marginalizadas, dos trabalhadores e trabalhadoras, consequentemente, ao lado do Brasil em defesa da DEMOCRACIA, denunciando profeticamente tudo aquilo que possa ameaçar o Estado Democrático de Direito e que tenha cheiro de fascismo.
Em defesa da democracia,

            Caicó/RN, 23 de outubro de 2018 (S. João de Capistrano)

 
 

Pe. Manoel Pedro Neto

Presidente da Cáritas Diocesana de Caicó

Equipe Técnica.

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