Pe. Manoel Pedro Neto
(Presidente da Cáritas Diocesana de Caicó)
No 27º. Domingo Comum que foi vivido no dia 07 de outubro nos foi apresentado às leituras de Gn 2,18-24, Hb 2,9-11 e Mc 10,2-16. Tivemos a constatação prioritária: “Não é bom que o homem esteja só”. Eis o fundamental e o fundante para o homem e a mulher viver com dignidade. A marca primordial do ser humano é a solidariedade. Nenhum homem pode viver só, nem nada neste mundo é absoluto. A solidão e a mania de proposta única vão de encontro ao ser do homem. Somos seres sociais e como tal precisamos uns dos outros. Só aqui seremos cidadãos e definiremos nossa personalidade. No Catecismo da Igreja Católico nos números 1878 ao 1881, em especial o número 1882 é taxativo: “Certas sociedades, como a Família e a cidade, correspondem mais imediatamente à natureza do homem”. Isto nos é necessários e nos qualifica como seres humanos. Não falo de coletividade, mas sociabilidade. Urge neste tempo, de tanto individualismo, de muitos direitos e poucos deveres, fazer concreta nossa sociabilidade. Neste processo não podemos, em nome de autoridade nenhuma “escrever certidão de divórcio” e dispensar alguém. Longe de nós os murros, as barreiras, os preconceitos, as indiferenças, as exclusões, etc., tais comportamentos negam o nosso ser primeiro, e neste processo todos perderão. Nesta dinâmica, que brota especialmente da fé cristã, temos de acolher toda realidade envolvente, em especial o homem irmão. Ninguém na exclusão, nosso acolhimento é primordial para as “crianças” e neste os negados da sorte, os sem vez nem voz. Para os últimos, para aqueles que negamos tempo de espaço, deve voltar-se o nosso olhar, as nossas preocupações. Assim somos solidários, concretizaremos o Mistério da a Eucaristia. Deve haver sempre um lugar para casa homem ou mulher na “mesa” da cidadania, é assim que concretizaremos a Democracia e cantaremos: “O Senhor te abençoe de Sião cada dia de tua vida” (Refrão do Sl 127).