Uglênia Azevêdo
Grêmio Estudantil Seridó Sertão/IFRN-Caicó – Rede de Juventudes do Seridó
Olá caros leitores desse site! Me chamo Uglênia Azevêdo, tenho 19 anos. Atualmente estou no 7º período do curso técnico em têxtil aqui no IFRN- Campus Caicó e sou a nova colunista do Jornal Quinzenal. Meu texto trata de um tema bastante discutido no momento: o feminicídio. Espero que gostem.
Acho que vocês já ouviram várias vezes a expressão “o machismo mata”, mas poucas vezes se questionaram a causa por trás da morte de uma mulher. O termo “feminicídio” se refere ao crime de ódio motivado pela condição de gênero, ou seja, em função da discriminação à condição feminina.
Com esse novo conceito, pode-se questionar a neutralidade presente na expressão “homicídio”, que mantinha invisível a vulnerabilidade vivida pelo sexo feminino. O conceito foi formulado para distinguir as diferentes modalidades de violência que emitem riscos de morte às mulheres. Estudiosos entendem que essas mortes não são casos isolados, e sim inseridos dentro de uma cultura, na qual a sociedade neutraliza a violência de gênero.
São exemplos de feminicídio os crimes encobertos por costumes e tradições, como o apedrejamento em caso de adultério, a mutilação genital e os crimes “em defesa da honra”, assim como também o assassinato de mulheres pelos seus companheiros, os estupros e a exploração sexual, que tratam as mulheres como objetos sexuais e descartáveis. As mortes violentas por razoes de gênero vitimiza mulheres todos os dias no Brasil e no mundo como consequência da posição de discriminação e da desigualdade de poder, que inferioriza e subordina as mulheres aos homens.
O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio. Dados do mapa da violência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que em 2016 o número em a média de assassinatos de mulheres era de uma mulher por hora, já em 2018 esse número subiu para duas mulheres por hora.
Em 2015 o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a lei que tipifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato de uma mulher em função do gênero. Para reconhecer uma morte como feminicído, a justiça brasileira investiga as características relacionadas aos contextos em que ocorrem, como as circunstancias e as formas de violência empregadas que resultaram na morte da mulher.
Além de garantir a investigação, punição e reparação de crimes contra as mulheres, é preciso atuar na prevenção desde a infância, para diminuir a diferença de gênero e acabar com esse tipo de violência.