REFLEXÃO DOMINICAL: RECONCILIAI-VOS

REFLEXÃO DOMINICAL: RECONCILIAI-VOS

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Imagem: Ateliê 15

Pe. Manoel Pedro Neto – Tesoureiro da Cáritas de Caicó

Fizemos uma caminha quaresmal, chegamos a um momento ápice, estamos adultos na fé, podemos caminhar com nossos pés em busca do homem novo que buscamos. “Os israelitas não mais tiveram o maná”. Aprendemos, a saber, que tudo é possível, mas nem tudo nos convém, isto é jejuar. Somos envolvidos pelo Senhor, isto adquirimos na Oração. É bom aprendermos que não estamos sós, é preciso viver a solidariedade, a partilha, sem esquecer a nossa “casa comum”. Assim ultrapassaremos todas as tentações do imediatismo, da concentração de riquezas e da mania de subir na vida negando os demais. Deste modo saberemos confrontarmo-nos com todas as peripécias de nossa sociedade e não as responderemos aleatoriamente, mas buscamos nossa conversão. Estimula-nos a consciência que nosso Deus cria todas as coisas na dinâmica da dualidade. “Um homem tinha dois filhos”, marcados profundamente pela individualidade, por histórias diferentes. Filhos autônomos e capazes de se posicionar anti o Pai. Antes que alguém fala do filho em situação degradante o Pai tinha os olhos fixos no filho, e apesar de desfigurado o Pai o reconhece e o acolhe, pois é Pai e como tal precisa festejar. Está em jogo a própria paternidade. Nesta mesma perspectiva insiste com o filho que sempre esteve com “as mãos na massa”, reconhece sua raiva, mas esta não é motivo de não participar da festa da vida, do encontro. Neste processo urge aprender que o importante é que “este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”.

O tempo da Quaresma nos foi qualificando para olhar o mundo nesta perspectiva. Somos todos filhos do Pai com nossas qualidades e defeitos, somos autônomos e cada um deve confiar no Pai que sempre nos acolhe com festa e resgate de dignidade. Entrar na festa é possibilidade para todos nós. Todos nós, como “filho mais novo” ou como o “filho mais velho”; um esbanjando ou como filho “que jamais desobedeci a qualquer ordem…” precisamos aprender a estar diante do Pai, e reconhecer-nos irmãos, pois o Pai continua Pai e se alegra com as diferenças dos filhos. E somos filhos quando autônomos e o Pai é Pai quando acolhe cada um na sua marca pessoal.

A Igreja, como embaixadora de Cristo, nos convida a reconciliar-nos com Cristo e nesta Quaresma nos convidou a olharmos as multidões de irmãos desfigurados de nossa sociedade, esbanjadores com prostitutas ou não, levando-nos a despertar para as Políticas Públicas. Os irmãos mais aquinhoados procurem fazer uma leitura nova da realidade, onde encontremo-nos em nova chance de ser e fazer a realidade, onde não seja presente as multidões excluídas da dignidade humana. Neste processo deixemos de lado nossos julgamentos mesquinhos, de resposta paliativa, pois nosso Deus é BENDITO QUANDO O HOMEM ESTÁ DE PÉ. Com a Igreja cantemos: “Provai e vede quão suave é o Senhor” e assim “concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheio de fervor e exultando de fé”.

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