VAMOS REFLETIR SOBRE O EMPODERAMENTO RACIAL

VAMOS REFLETIR SOBRE O EMPODERAMENTO RACIAL

Publicação:

http://blogueirasnegras.org/2014/08/05/a-historia-da-minha-negritude/
Imagem – As tranças de Bintou” de Sylviane A. Diouf

 

Fernando Henrique Ferreira Dantas

Budista da Associação Brasil Soka Gakkai Internacional e Membro

Rede de Juventudes do Seridó

 

É notório que há um significativo crescente de debates e discussões sobre discriminação racial no Brasil. Tornam-se necessárias essas discussões para tentar amenizar essas ações monstruosas de algumas pessoas que acham que a sua raça é superior à de outras pessoas. Por meio de muitas redes sociais os negros sofrem preconceitos, mas também, graças às redes virtuais, se conectam, resistem e empoderam-se para que sejam feitas denúncias, e os causadores dos atos criminosos sejam propriamente penalizados.

Nos últimos anos tiveram diversas ocorrências que se espelharam na mídia sobre pessoas de diferentes classes, idades e nacionalidades que sofreram discriminação devido a sua raça. Isso nos mostra que o racismo não é restrito de um só lugar ou de um povo, e sim historicamente do ser humano. Existem muitos casos conhecidos na história da humanidade de segregação racial como por exemplo o Apartheid na África do Sul e nos Estados Unidos, Nazismo na Alemanha e até mesmo a Colonização do Brasil, fato que deixa marcas até hoje na nossa sociedade brasileira, que vive um tipo de “Racismo Estrutural” que é uma manifestação em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, como na faculdade, por exemplo. Essa forma estrutural do racismo vai criando situações de desvantagens nas oportunidades dadas pelo estado e por demais instituições ou organizações. Além disso, pode não ser uma ofensa direta, física, melhor dizendo, verbal, e sim qualquer tipo de discriminação em qualquer ambiente ou situação que desfavoreça ou distancie qualquer ser humano com meus costumes, raça, etnia diferente.

Pesquisas apontam que no Brasil, aproximadamente, 82 jovens são mortos diariamente, entre eles 77% são negros periféricos. As ONG’s, a ONU – que declarou que os anos de 2015 à 2024 é a Década Internacional de Afrodescendentes – e comunidades internacionais reconhecem que os povos afrodescendentes representam um grupo distinto cujos direitos humanos precisam ser promovidos e protegidos, mas apesar das buscas de formas de mudar tais estatísticas, o jovem negro continua sendo vítima de exterminação sistemática que acontece nas comunidades marginalizadas e em diversos lugar em nossa nação.

Diante disso, precisamos entender que a melhor forma de disseminar uma equidade racial e acabar com a segregação social, política e cultural socialmente existentes é proporcionar protagonismo afim de levar representatividade a todos os povos da nossa nação que ainda sofrem algum tipo de isolamento ou hostilidade. Entendendo, portanto, que cada ser humano é digno de respeito e merece ser respeitado. Concluindo, quero citar o filósofo, escritor e poeta Daisaku Ikeda que desde 1983 escreve propostas de paz para ONU afim de promover o humanismo através da paz, cultura e educação e que na última proposta escrita em 2018, disse: “Toda pessoa que entra em ação pelo bem dos demais, mesmo que carregue o fardo das dificuldades pessoais, manifesta sua essência e a missão original de iluminar a sociedade com a luz da dignidade. O mesmo se pode dizer dos direitos humanos. Eles não nos foram concedidos por leis ou tratados; o imperativo de proteger a liberdade e a dignidade de todos as pessoas decorre do fato de que cada um de nós é de forma inerente alguém precioso e insubstituível”.

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