Pe. Manoel Pedro Neto
Presidente da Cáritas Diocesana de Caicó
Em 26.nov.2017 iniciou o ANO DO LAICATO que termina domingo próximo, dia 25 de novembro de 2018, Foi o desejo da CNBB para toda a Igreja do Brasil e tinha como Tema: Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino, e Lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14).
Na minha visão noturna, no meu modo de pensar, tudo isto tem raízes na Reforma e Contrarreforma da Igreja eclodida no século XV. Os Protestantes optaram pelo sacerdócio batismal, enquanto a Igreja Católica afirmou o sacerdócio ordenado dando-lhe contorno e ordenamento. Com a Proclamação da República, o Brasil importou inúmeros padres e consagrados. Pelo meado do século XX inicia-se um movimento eclesial de valorização dos fieis cristãos. Tomado forma na AÇÃO CATÓLICA. Tudo isto foi assumido pelo Concilio Vaticano II que foi vivido de 1962-1965 e cujo eixo eclesial é o POVO DE DEUS. Assim Bispos, Padres, Consagrados e demais cristãos tem nova conjuntura que precisa ser tomada a sério, inclusive foi retomado o Diaconato permanente. Após o Concilio a Igreja viveu a crise vocacional, debilitando toda sua estrutura, então os fieis cristãos tomam espaços e a Exortação Apostólica CHRISTIFIDELES LAICI, de 1988, tenta apresentar saídas, mas persiste um fechamento crescente e chegamos ao CLERICALISMO.
Os cristãos batizados, os leigos, os fieis cristãos leigos tomam consciência de sua autonomia e determinação nas estruturas eclesiais. O ANO DO LEIGO quer estimular tal comportamento. O cristão leigo não é um delegado da ação eclesial, mas tem um modo de agir todo especial e difere de muito do agir dos sacerdotes (cf. LG 10). Não é subalterno aos ministros ordenados, que tem peculiaridades próprias e estão a serviço dos Leigos, em suas buscas e preocupações. Os fieis cristãos, os leigos são chamados a na Igreja, com plenitude, são reais no seu campo de ação no mundo, isto caracteriza sua índole secular (cf. LG 77). “Eles se santificam nos altares do seu trabalho: a vassoura, o martelo, o volante, o bisturi, a enxada, o fogão, o computador, o trator. Constroem oficinas de trabalho e oficinas de oração” (Doc. da CNBB, 105, no.35). Aqui os Leigos devem reinar, mostrar suas qualidades e especificidades, pondo-as a serviço da eclesialidade e cidadania. Envolvidos no Testemunho de Jesus é urgente a ação laical na Igreja e nesta perspectiva cantaremos: “Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!”
Nestes parâmetros, e sem absolutizar ministérios, pois a Igreja é toda ministerial, o recente Sínodo da Juventude pede aos Formadores de Seminários que ajudem aos seminaristas a superarem a tendência ao clericalismo e ao mundanismo espiritual, levando-os a humildade e ao serviço do Povo de Deus, marca primordial de todos os Padres.
Foto: Ateliê 15