O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, enviou um ofício à Promotoria da Infância de São Mateus (ES) colocando a Igreja Católica no Brasil à disposição da menina de 10 anos que teve a gravidez de cinco meses interrompida, dia 17 de agosto, com autorização judicial. A gravidez foi fruto de estupro do tio da criança, segundo a Polícia Civil do Espirito Santo.
“A Igreja se coloca à disposição da criança e de sua família, com a mediação e orientação da Promotoria da Infância e da Juventude”, diz o documento datado de 19 de agosto. No documento, o presidente da CNBB assegura à criança acesso à rede de ensino da Igreja Católica no Brasil “para, graciosamente, oferecer educação integral a essa menina, garantindo-lhe preservação da identidade, acompanhamento psicopedagógico especializado, no horizonte do humanismo cristão”.
No ofício, além de condenar o crime contra a infância, que “expõe misérias humanas e existenciais, interpela-nos a agir para minimizar a dor dessa criança, covardemente submetida ao mal”, o presidente da CNBB afirma que a Igreja se prontifica a empenhar-se para que “essa criança supere as consequências da violência sofrida e tenha todas as condições necessárias para construir um futuro digno. Também estamos sensíveis à situação da família, abertos ao diálogo com a Promotoria, para auxiliar no que for necessário”, escreveu.
Na terça-feira, a CNBB encaminhou ao bispo da diocese de São Mateus (ES), dom Paulo Bosi Dal’Bó, o ofício com a proposta de educação e acompanhamento psicológico para a garota, a ser entregue ao Ministério Público do Espírito Santo. No mesmo dia, o documento foi protocolado na Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca de São Mateus (ES).