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52º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES

O primeiro dia Mundial das Comunicações Sociais foi celebrado no dia 7 de maio de 1967 atendendo a uma proposta do Concílio Vaticano II no Decreto Inter Mirifica sobre os meios de comunicação social, datado de 4/12/63, no número 18: “Para que se revigore o apostolado da Igreja em relação com os meios de comunicação social, deve celebrar-se em cada ano em todas as dioceses do mundo, a juízo do Bispo, um dia em que os fiéis sejam doutrinados a respeito das suas obrigações nesta matéria, convidados a orar por esta causa e a dar uma esmola para este fim, a qual ser destinada a sustentar e a fomentar, segundo as necessidades do orbe católico, as instituições e as iniciativas promovidas pela Igreja nesta matéria”.

A mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é ultimamente publicada no dia 24 de janeiro, memória litúrgica de S. Francisco de Sales, padroeiro das comunicações sociais. Este dia é celebrado no domingo da Ascensão do Senhor, quando ouvimos o mandato de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mt 16, 15).

O Tema da mensagem do papa Francisco para este 52º Dia mundial das Comunicações é: “A verdade vos tornará livres” (Jo 8,32) – Fake news e jornalismo de paz.

O papa Francisco começa a mensagem nos lembrando: “Hoje, no contexto duma comunicação cada vez mais rápida e dentro dum sistema digital, assistimos ao fenômeno das «notícias falsas», as chamadas fake news: isto convida-nos a refletir, sugerindo-me dedicar esta Mensagem ao tema da verdade, como, aliás, já mais vezes o fizeram os meus predecessores a começar por Paulo VI (cf. Mensagem de 1972: «Os instrumentos de comunicação social ao serviço da Verdade»)”. A partir daí ele trabalhará este tema chamando atenção para quatro pontos.

1.Que há de falso nas “notícias falsas”?

Quando se fala de fake news “alude-se a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes enganar e até manipular o destinatário”. Rapidamente elas viralizam e ganham um raio enorme: “A sua difusão pode contar com um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados dificilmente conseguem circunscrever os seus danos”. Elas muitas vezes não são desvendadas ou erradicadas, pois as pessoas interagem “dentro de ambientes digitais homogêneos e impermeáveis a perspectivas e opiniões divergentes”.  Alerta-nos o papa: “O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade”.

2.Como podemos reconhecê-las?

Tentando respondendo a esta pergunta o papa Francisco nos dirá: “Mas a prevenção e identificação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. Com efeito, é preciso desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a «lógica da serpente», capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar. Trata-se da estratégia utilizada pela serpente – «o mais astuto de todos os animais», como diz o livro do Gênesis (cf. 3, 1-15) – a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a sociedade e a criação”. A partir daí ele fará uma leitura desta narrativa da criação, convidando-nos a discernir, a avaliar e a ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós.

3.“A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32)

No terceiro ponto enfatizará este versículo tirado do capítulo 8 do Evangelho de João. “O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade”. “A verdade é aquilo sobre o qual nos podemos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único «verdadeiro» é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: «Eu sou a verdade» (Jo 14, 6)”.

Desenvolvendo o seu raciocínio dirá ainda: “Libertação da falsidade e busca do relacionamento: eis aqui os dois ingredientes que não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e fiáveis. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor. Por isso, a verdade não se alcança autenticamente quando é imposta como algo de extrínseco e impessoal; mas brota de relações livres entre as pessoas, na escuta recíproca. Além disso, não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo de falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De fato, uma argumentação impecável pode basear-se em factos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polêmica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade”.

4.A paz é a verdadeira notícia

No último ponto nos lembrará que a verdade deverá estar a serviço da paz:  “Por isso desejo convidar a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal”.

O Santo Padre concluirá a mensagem convidando-nos a partir da Oração de S. Francisco a dirigir-nos à Verdade em pessoa nesses termos:

Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não
cria comunhão.
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos
verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.
Amem!

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